6 de outubro de 2012
Data de publicação: 01/10/2012
Por Cristina Romanelli
Lá está ela, praticamente perdida entre
fofocas e fotos do fim de semana. Parecia improvável, mas a História
garante cada vez mais espaço em diversas redes sociais, como Facebook,
Twitter e Tumblr. E não são apenas fotografias e curiosidades sobre o
passado, mas artigos, informações sobre acervos, divulgação de
seminários e até o perfil de pesquisadores.
A maior parte do público, por enquanto,
é jovem. Marcella Albaine, por exemplo, está se formando na UFRJ, e seu
tema de monografia é justamente a presença da História na Internet. “As
redes sociais são ótimas para o ensino de História, por causa da
linguagem digital que os alunos adoram. É um meio de se chegar a eles.
Muitos professores têm preconceito, mas os educadores precisam explorar
esse meio. Eu acesso o Facebook diariamente”, afirma a futura
historiadora.
Uma das vantagens das redes, tanto para
estudantes como para pesquisadores, é a facilidade de poder ler
publicações de diversas instituições em um só lugar. “As pessoas não
têm o hábito de consultar os sites de todos os arquivos com
frequência. Para isso as redes são práticas: elas servem para informar
sobre acervos disponíveis e acréscimo de conteúdo”, explica Renato
Venancio, professor de Arquivologia da UFMG. Segundo ele, essa
divulgação virtual dos arquivos, no entanto, está muito concentrada na
Região Sudeste. “Ainda há muito a ser feito, e isso dá trabalho, porque
é preciso produzir conteúdo constantemente”, diz.
O Arquivo do Estado de São Paulo
(Apesp) é um dos que mais atualizam seus perfis no Facebook e no
Twitter. Eles foram criados para aproximar a instituição não só do
público de pesquisadores, mas de outras pessoas interessadas por
História. “As pessoas entram mais no site por meio do
Facebook. Elas comentam os conteúdos que nós colocamos, e aí ficamos
sabendo o que interessa mais”, afirma Veronica Cristo, responsável pela
comunicação do Apesp.
Outra iniciativa interessante é a
página “Quadrinhos de História”, também presente no Twitter e no
Facebook. A ideia de Rafael Scabin e Glaumer Bernadino surgiu durante
as aulas do curso de História na USP. “Nós temos o blog onde
já publicávamos quadrinhos sobre História, sempre com uma abordagem
humorística. O crescimento da página no Facebook é constante, e é, em
grande parte, graças a ela que os acessos no site aumentaram”, conta Scabin.
Entre tantas ideias, poucas levaram a
junção de História com redes sociais tão a fundo quanto o Café
História. A página é uma rede exclusiva sobre o tema, que já conta com
mais de 47.000 perfis. “O Café História é mais segmentado que outras
redes, mas, mesmo assim, cerca de 30% das pessoas não estudam nem
trabalham com História. Já vi enfermeiras, engenheiras, geógrafas…”,
conta o historiador e jornalista Bruno Leal, criador da página. Mesmo
tendo sua própria rede, Bruno continua acessando outras. “Pelo
Facebook, consegui encontrar pesquisadores e pessoas na Letônia que
eram objetos da minha pesquisa. Acho que o Brasil está percebendo aos
poucos que essas redes podem ser estratégicas”, afirma.
Saiba Mais
Café História: cafehistoria.ning.com
Acesse a RHBN no Twitter (@rhbn) e no Facebook: http://www.facebook.com/Revista.de.Historia
Via
http://blog.crb6.org.br/artigos-materias-e-entrevistas/redes-sociais-caem-no-gosto-de-estudantes-e-pesquisadores/
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