Banco Mundial divulga lista de tendências em educação e tecnologia
4. Banco Mundial mapeia 10 tecnologias de educação para a 'base da pirâmide'
Banco divulga lista de tendências em educação e tecnologia em países que ainda sofrem com a pobreza a falta de investimento.
A maior parte do que se lê e se ouve falar sobre o
uso de tecnologia em sala de aula ainda é uma realidade distante nos
países em desenvolvimento. Muitos desses levantamentos, inclusive, vêm
de observações e pesquisas que especialistas fizeram em regiões ricas do
mundo. Atento a essa lacuna no radar de edtech, o Banco Mundial fez uma
lista com o que seus especialistas identificaram como tendência em
educação e tecnologia em lugares que ainda sofrem com a pobreza a falta
de investimento.
O levantamento, ressalta o Banco Mundial, foi despretensioso.
Baseou-se muito mais em observações do que estudos rigidamente
controlados. Por isso, eles dizem ter desconsiderado tendências que já
estão mais conhecidas, como o uso de recursos educacionais abertos, e as
que ainda são muito incipientes, como a realidade aumentada e o Maker
Movement. Confira.
1. Tablets, tablets e tablets!
Enquanto, há cinco anos, havia todo um "frisson" causado pelos
laptops baratos, em 2012, boa parte dessa agitação está sendo
transferida para os tablets, que vêm sendo comprados em grande escala
pelos sistemas de ensino. Nos países ricos, os projetos costumam
preferir iPads, mas nos em desenvolvimento, o sistema operacional
Android ou e-books mais simples. O Banco Mundial ressalta projetos de
países como Rússia, Turquia e Tailândia, que preveem a compra de
milhares de tablets de baixo custo.
2. Achados da tradução
Esforços de usar "crowdsourcing" para traduzir o conteúdo da Khan
Academy ou de palestras do TED têm ajudado a espalhar conteúdo educativo
pelo mundo. O fluxo dessa troca de conhecimento, no entanto, ainda
ocorre na direção países desenvolvidos para países em desenvolvimento - e
muito raramente no sentido inverso.
3. Estudando para a prova pelo Facebook
As redes sociais, especialmente o Facebook, invadiram o universo
escolar. O uso mais comum encontrado, no entanto, foi fora da escola,
principalmente em trabalhos de casa ou para estudar para provas. Os
especialistas chegaram a identificar alguns sistemas de ensino que
usavam as redes sociais de forma extensiva, mas a maior parte delas
ainda limitava seu uso nas escolas. Havia, no entanto, uma crescente
utilização, por parte das instituições, de perfis no Facebook, mas esse
uso ainda é muito mais relacionado a uma forma de comunicação oficial
numa via de mão única.
4. Tudo bloqueado
Segurança digital e ética na internet parecem ser temas de crescente
preocupação entre os gestores públicos na área de educação. Por isso, é
muito comum que as escolas adotem filtros para bloquear "conteúdo
impróprio", o que pode atrapalhar o trabalho dos professores. Ainda
assim, diz o Banco Mundial, é um primeiro passo de um longo processo de
incluir tópicos como cidadania, segurança digital e uso das novas
tecnologias na pauta de discussões.
5. Cada vez mais cedo
O debate sobre a importância das TIC no desenvolvimento de
habilidades cognitivas na educação infantil tem avançado velozmente,
especialmente na Ásia e na América Latina. Há muitos motivos para essa
aposta em introduzir o computador cada vez mais cedo: os alunos mais
velhos, de alguma forma, já fazem uso das tecnologias nas escolas; os
pequenos vêm tendo mais contato com as TIC em casa por incentivo da
família; há o desenvolvimento de produtos de mercado para essa faixa
etária; e a alfabetização gestual para mexer em computador é algo que
será importante no decorrer da vida.
Há dez ou 15 anos, na primeira vez que se decidiu introduzir
computadores em escolas de países em desenvolvimento, era óbvio que era
preciso começar com escolas de ensino médio. Esse "óbvio", porém, não
era porque o uso nessa faixa etária era mais relevante para a
aprendizagem do que em outras etapas da vida, mas porque os jovens
tendiam a quebrar menos as máquinas, porque as escolas de ensino médio
tinham melhor infraestrutura para receber computadores e pela percepção
de que havia mais chance de os professores dos jovens saberem como usar
os equipamentos.
6. Necessidades especiais
Com a introdução das TIC nas escolas, muitos países estão tentando
usá-las como parte dos esforços para engajar estudantes com as mais
diversas necessidades especiais nas atividades. Isso ainda acontece mais
frequentemente entre os menores e nas escolas de áreas urbanas, mas sua
ocorrência tem se mostrado crescente nos últimos cinco anos.
7. E-lixo
Depois de muita resistência, o debate sobre o que fazer com o lixo
eletrônico trazido com compras em grande escala finalmente chegou aos
países em desenvolvimento.
8. Big Brother
As TIC têm facilitado a coleta de dados e há um movimento para
garantir que os dados sejam abertos e disponíveis ao público. Uma das
polêmicas gira em torno do uso dessas informações no monitoramento de
alunos e professores. Na Bahia, lembra o Banco Mundial, um "uniforme
inteligente" diz se o aluno está na escola ou não. Essa vigilância não
atinge apenas alunos, afirma o órgão: há esforços para monitorar
professores com câmeras de foto e vídeo no início de cada dia de
trabalho para registrar sua presença.
9. Investimento nos líderes
Agora que muitos países em desenvolvimento já completaram os
primeiros ciclos de investimento em educação, ficou o aprendizado de que
o gasto em TIC se torna muito mais eficiente se houver capacitação dos
diretores e coordenadores da escola para o uso das tecnologias. Eles são
peça-chave nesse processo.
10.
O Banco Mundial deixou propositalmente o décimo item da lista em
branco. Vocês gostariam de contribuir com essa discussão? Qual é a
tendência em edtech que você tem visto mais forte no Brasil?
(Folha de São Paulo)
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