quinta-feira, 28 de julho de 2016

[BIBLIOTECONOMIA - EM TEMPO DE LEITURA] Vamos falar sobre política de desenvolvimento de coleções em bibliotecas universitárias ?

Por Ana Wanessa Bastos

Olá bibliotecários e estudantes de Biblioteconomia! Vamos falar sobre política de desenvolvimento de coleções em bibliotecas universitárias ? 

Resolvi compartilhar aqui no blog o meu 'resumo' do livro  "Elaboração de uma política de desenvolvimento de coleções em bibliotecas universitárias". Segue o 'aperitivo' 'mastigadinho' desta obra que trata de um assunto imprescindível a todo bibliotecário. Degustem essa leitura! 

Sobre a AUTORA 

SIMONE DA ROCHA WEITZEL 
Atua nas áreas de  Biblioteconomia e Ciência da Informação com ênfase em desenvolvimento de coleções, comunicação científica, repositórios digitais, e metodologia da pesquisa.  É Professora  Associada I da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).

Sobre o LIVRO


A obra "Elaboração de uma política de desenvolvimento de coleções em bibliotecas universitárias" é relativamente curta, composta por setenta e seis páginas e dividida em cinco capítulos. Nela, a autora WEEITZEL, faz referência a outros autores da área de bibliotecas e planejamento, são eles: s Waldomiro VERGUEIRO , Antônio MIRANDA e FONSECA.

OS CAPÍTULOS

Capítulo 1 - Introdução
Capítulo 2 -  Idéias de ANTÔNIO MIRANDA para fomentar uma política
Capítulo 3 - O que vem a ser desenvolvimento de coleções?
Capítulo 4 - Mãos à obra!
Capítulo 5 - Palavras finais  

Capítulo 1 - Introdução

De acordo com Vergueiro (1989) as atividades relacionadas como o  DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES deveriam ser  tarefas tão cotidianas em bibliotecas quanto catalogação, classificação e indexação de itens. No entanto não é bem essa a realidade das bibliotecas brasileiras em geral. Esse processo está presente principalmente nas atividades de seleção e aquisição de itens. É raro encontrar uma biblioteca que adote uma política formal e todos os seus recursos técnicos para garantir o desenvolvimento balanceado das coleções tendo em vista os objetivos institucionais e coletivos. 

Fonseca (1992) diz que a biblioteca não pode ser um aglomerado de livros e revistas amontoadas pelo mero acaso. Ela é projetada para um determinado objetivo ou fim social.       

Diante da INTERNET

Preocupações com atividades que envolvem o processo de desenvolvimento de coleções. 
Os bibliotecários tem que decidir entre: 
  • coleções impressas e digitais;
  • fontes de acesso pago ou livre;
  • os desígnios das coleções retrospectivas impressas e as pressões por mais espaço e menos custo de armazenamento e manutenção desse tipo de material. 

Essas questões que podem ser analisadas por meio de INSTRUMENTO próprio para isso: POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES 

Capítulo 2 -  Idéias de ANTÔNIO MIRANDA para fomentar uma política


ANTÔNIO MIRANDA
É professor titular da Universidade de Brasília (UnB) concursado. Tem experiência na área de Ciência da Informação, com ênfase em Planejamento de Sistemas de Informação, atuando principalmente nos seguintes temas: alfabetização e inclusão digital, acesso a informação, sociedade da informação, sistemas de informação, comunicação científica. Foi o criador da comutação bibliográfica no Brasil. Atualmente, estuda os fenômenos da comunicação da informação com interesse nos processos criativos, estéticos e éticos da animaverbivocovisualidade no âmbito da convergência tecnológica.

1978 – Apresentou um trabalho EM EVENTO na FEBAB
 “Seleção de material bibliográfico em bibliotecas universitárias  brasileiras
Mais tarde tornou se Capítulo do livro “ Estruturas de informação e análise conjuntural” em 1980. 
Fruto disso foi a consolidação da política de desenvolvimento de coleções do Sistema Integrado de Bibliotecas da USP.  

A Crítica
Bibliotecas e Bibliotecários universitários 
Deixam a tarefa de SELEÇÃO para segundo plano, transferem essa tarefa para  professores, causando uma “deformação profissional”.

O processo de SELEÇÃO é das tarefas profissionais a que melhor orienta os serviços futuros da biblioteca. 

CAPES, pesquisa Figueiredo (1981)  
1982 – Inclusão da Disciplina: Formação e desenvolvimento de coleções na reformação curricular junto ao MEC, curso de Biblioteconomia  

Capítulo 3 - O que vem a ser desenvolvimento de coleções?

De acordo com Vergueiro (1989), Maciel e Medonça (2006) e  Evans (2000) desenvolvimento de coleções é: 
  • Estudo da comunidade;
  • Políticas de seleção;
  • Seleção;
  • Aquisição;
  • Avaliação;
  • Desbastamento e descarte.  



A literatura da área também menciona considerar outros itens relacionados ao processo de desenvolvimento de coleções tais como armazenamento, conservação e preservação, compartilhamento de recursos informacionais, direitos autorais, censura, liberdade intelectual, entre outros que poderão ser detalhados na política de desenvolvimento de coleções . 

A POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES  é um instrumento importante para desencadear o processo de formação e de crescimento das coleções, constituindo se num documento formal elaborado pela equipe responsável pela atividades que apoiam o processo de desenvolvimento de coleções como um todo. 

A POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES  deve:
  • Expressar o interesse comum da INSTITUIÇÃO  que a MANTEM e da COMUNIDADE que SERVE;
  • Permitir a articulação das seis etapas do processo de desenvolvimento de coleções e das demais mencionadas na literatura da área com o detalhamento e descrição de cada etapa a fim de apoiar as decisões de forma coletiva, preferencialmente envolvendo toda a comunidade de interesse.
PROCESSO,  POLÍTICA E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
Analogia do guarda-chuva

Cada etapa do processo é uma vareta, e todo o processo juntamente com a política de desenvolvimento de coleções é o guarda-chuva. Dessa forma pode notar que o guarda-chuva pode não abrir se faltar uma vareta.


Como foi visto anteriormente o processo de desenvolvimento de coleções compreende as atividades de 1.estudo da comunidade; 2.políticas de seleção; 3.seleção; 4.aquisição; 5.avaliação; 6.desbastamento e descarte. 

IMPORTANTE!
Vergueiro (1989) faz a ênfase que trata de um processo que “está presente por inteiro em todas as bibliotecas”, mas não da mesma forma.  Isto é, depende de cada tipo de biblioteca.

Tipos de BIBLIOTECA

Pública – democratização da informação para a comunidade local (objetivos), obras de referência, ficção, não-ficção, jornais e revistas  (tipo de coleções) e análise da comunidade, avaliação e desbastamento (ênfase no processo de desenvolvimento de coleções); 
Infantil –  estimular à leitura/formar o leitor (objetivos), livros infanto-juvenil, de panos, HQs, brinquedos etc (tipo de coleções) e não informado (ênfase no processo de desenvolvimento de coleções); 
Escolar – apoiar os programas de ensino oficial (objetivos), obras de referência, livro para-didáticos, literatura e  não-ficção (tipo de coleções) e seleção e desbastamento (ênfase no processo de desenvolvimento de coleções); 
Universitária – apoiar os programas de ensino, pesquisa e extensão (objetivos), livros e periódicos técnico-científicos (tipo de coleções) e avaliação e desbastamento (ênfase no processo de desenvolvimento de coleções); 
Especializada – objetivos e metas da instituição mantenedora (objetivos), material especial (tipo de coleções)  e não informado (ênfase no processo de desenvolvimento de coleções. 

ETAPAS DO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES

Estudo da Comunidade – é uma investigação de primeira mão, uma análise e coordenação dos aspectos econômicos , sociais e de outros aspectos inter-relacionados de um grupo selecionado.  Figueiredo(1994, p.65)

Política de seleção – um documento de política de seleção é um instrumento de trabalho primariamente destinado a dar suporte às decisões de seleção e deve informar sobre os seguintes itens (VERGUEIRO, 1998, p.68): identificação dos responsáveis pela seleção de materiais, os critérios utilizados no processo, os instrumentos auxiliares, as políticas específicas, os documentos correlatos.

Seleção -  é um processo de tomada de decisão título a título. Cada título deve ter seu lugar no acervo, uma razão de ser para estar ali. Figueiredo(1998, p.84) De acordo com Vergueiro (1995) o processo de seleção envolve  (comissões) a definição de quem vai selecionar e elaboração de uma política de seleção. Também faz parte o registro e controle das informações dos itens a serem submetidos as comissões . Normalmente, o procedimento mais comum é elaborar uma lista, que após a aprovação da comissão de seleção recebe o nome de DESIDERATA. Essa é uma lista que seguirá para o processo de aquisição.

Aquisição – é o processo que implementa as decisões tomadas no processo de seleção. Dessa forma cabe ao bibliotecário de aquisição localizar os itens identificados no processo de seleção  agregando-os às coleções  por meio de compra, permuta ou doações.

As atividades dos bibliotecários de aquisição envolvem vários aspectos dentre os quais salientamos:conhecimentos dos trâmites burocráticos Institucional, acompanhamento direto e constante dos processos, conhecimento da dotações orçamentárias e outras fontes de investimento, cumprimento de prazos, supervisão e controle de gastos para futura prestação de contas, gerenciamento do serviço de permuta e doações. 

Avaliação -  Para Lancaster (1996,p.62) deve sempre partir do principio de que a biblioteca pode ser entendida enquanto interface entre os recursos informacionais disponíveis e a comunidade de usuários a ser servida. Figueirodo(1998, p.) considera que avaliar coleções  é, efetivamente,  uma aviação dos seus métodos de seleção. 

Desbastamento e descarte – renovando os espaços para o armazenamento e contribuindo para melhorar o acesso dos usuários ao material. Desbastamento consiste na retirada dos documentos pouco utilizado pelos usuários, de uma coleção de uso freqüente para outros locais. Já o descarte  consiste na retida definitiva do material. É nessa fase que o bibliotecário se depara com os problemas de conservação e preservação das obras. CONSERVAÇÃO PREVENTIVA DE BIBLIOTECAS E ARQUIVOS (para materiais impressos) para recursos eletrônicos existe modelo de preservação digital conhecido internacionalmente OASIS Open Archival Information System. 

Sendo o Processo de Desenvolvimento de Coleções uma função do PLANEJAMENTO é fundamental que o bibliotecário responsável por está tarefa possa refletir também sobre o seu fazer e sobre as estruturas sob as quais a biblioteca está inserida.

A política de DC é um instrumento que viabiliza  o olhar estratégico sobre as coleções, os serviços e os usuários em uma biblioteca. 

A POLITICA DE DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES 

PRIMEIRO PASSO: Identificação da missão e objetivos institucionais
SEGUNDO PASSO: O perfil da comunidade
TERCEIRO PASSO: O perfil das coleções 
QUARTO PASSO: Descrição das áreas e formatos cobertos pela biblioteca
QUINTO AO NONO PASSO: Descrição das Etapas do Processo de DC
DÉCIMO PASSO: Detalhamento de outros aspectos importantes
DÉCIMO PRIMEIRO PASSO: Documentos correlatos
DECIMO SEGUNDO PASSO: Avaliação da política

Mãos à obra!

REFERÊNCIA 
WEITZEL, Simone da Rocha. Elaboração de uma política de desenvolvimento de coleções em bibliotecas universitárias .Rio de Janeiro: Intertexto,2006. 76 p.

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