
Na literatura brasileira, há várias obras que retratam cenários de
secas no Nordeste com histórias de sertanejos que emigram, isolados ou em
grupo, fugindo de secas. Entre eles, estão o clássico da literatura
regionalista “Vidas Secas” (1938),
de Graciliano Ramos, “Morte e Vida
Severina” (1955), de João Cabral de Melo Neto, e o notável romance social
brasileiro “O Quinze” (1930), de
Rachel de Queiroz.

A história retrata os problemas da década de 30, dentre eles, as migrações internas de centenas de nordestinos fugitivos da seca de
1915, que se misturam com histórias de amor surgidas pelas estradas cansativas do sertão. A autora mostra o nordestino nos mais
ricos detalhes, fome, miséria e morte, relata ainda a situação de quem vive à
espera de um pouco de água e um prato de comida, à mercê da boa vontade daqueles
que detinham mais posse. E mais, Rachel
revela a sociedade patriarcal brasileira e seus impasses, sobretudo, a performance
feminina dentro de um espaço que enfrenta transformações modernizantes e
excludentes, por que o país passa. Podemos perceber isso ao observar as
personagens femininas que conduzem o leitor ao que há de mais instigante na
obra.
Dentre os principais personagens destacam-se: Dona Inácia, fazendeira,
mulher religiosa e determinada; Conceição, neta de D.Inácia, moça culta; Vicente,
moço simples, que gosta de Conceição; Chico Bento, homem simples e rude, filho
do sertão, tinha família grande.
O romance conduz o leitor a
querer mais. Mas afinal, diante dos cenários da seca de 1915, perpassando pela
de 2015, o que mudou? Como realmente estamos? Degustem essa leitura e façam
boas reflexões.
Nenhum comentário:
Postar um comentário