Letícia Mathias
(Divulgado por Aline Ferreira – Enviado para “Bibliotecarios” em 23/04/2013)
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Curso
da UFSC completa 40 anos e desde 1973 vem acompanhando as mudanças da
profissão que tem importante influência da tecnologia.
Quando
Camila Meneghetti, 21 anos, se inscreveu para o vestibular da UFSC,
imaginou que após se formar em biblioteconomia passaria os dias em uma
biblioteca silenciosa e teria uma rotina pacata. Hoje, a bibliotecária
trabalha oito horas por dia, atende mais de dez clientes e tem uma
rotina agitada e dinâmica. O ambiente de trabalho é totalmente diferente
do estereótipo comum.
No
intervalo, entre um relatório e outro, ela e os colegas podem até se
divertir jogando sinuca. Camila não mudou de profissão e há dois anos
exerce exatamente as funções que aprendeu na graduação. A necessidade da
gestão de informações do mercado atual é que ampliou as possibilidades
do bibliotecário.
O
curso de biblioteconomia da UFSC completa quatro décadas de ensino este
ano. Mas, diferente de quando iniciou, o perfil da graduação atualmente
é dinâmico e tem diferentes áreas de atuação.
As
mudanças começaram a ficar mais evidentes nos últimos 15 anos,
principalmente por causa da evolução da tecnologia, segundo a professora
Magda Chagas, 55 anos, bibliotecária desde 1980. “Quando comecei a dar
aula, em 1997, os alunos eram mais velhos do que eu. Hoje, são jovens e a
maioria em seu primeiro curso de graduação”, diz.
O
bibliotecário de hoje, além atuar nas bibliotecas, é ponto de
referência nas empresas. Precisa estar inteirado de todos os setores,
trabalha como articulador das informações e auxilia na pesquisa por
soluções. O conceito da profissão é objetivo, tem como missão cuidar da
informação e como função organizar, gerenciar, recuperar e disseminar o
conhecimento. “É preciso desmistificar o papel do bibliotecário que
ainda é visto como aquele quietinho, ou aquela senhora de óculos
entediada pelo silêncio na biblioteca. A profissão é uma unidade viva
que pulsa constantemente”, definiu Magda.
Informação para inovação
O
acesso à informação está cada vez mais democratizado. A internet, os
meios digitais e a tecnologia têm contribuído para este processo. Mas o
gerenciamento dessas informações e a forma como lidamos com elas é que
fazem a diferença. Como chegar ao objetivo de maneira prática, onde e de
que maneira buscar as informações com eficácia? Os bibliotecários têm a
resposta.
De
uma equipe de 14 técnicos especialistas da empresa Knowtec, em
Florianópolis, nove são bibliotecários, entre eles Camila Meneghetti. A
empresa trabalha com a coleta estratégica de informações, pesquisa e
análise de mercado para promover inteligência competitiva e inovação.
O
grupo oferece consultoria a diferentes setores, do ramo calçadista ao
agronegócio. A função dos bibliotecários neste processo é realizar
pesquisas constantes e entregar informações que influenciem e até
determinem decisões. “Nosso trabalho consiste em saber antes, levar a
informação antecipada ao cliente”, conta Camila.
O
lema é reunir, organizar e entregar a informação. O produto final pode
ser entregue de diferentes maneiras: páginas escritas, infográficos ou
arquivos digitais. O modelo dependerá da escolha do cliente, de qual
método considera mais eficaz para absorver a informação. O bibliotecário
pode trabalhar com qualquer coisa que precise de síntese, tudo é feito
para otimizar o tempo do cliente, pesquisador ou consultor. “Informação
tem em todo lugar, mas não é organizada. Nós fazemos este filtro”,
explica Maria Carolina Silva, 25 anos, integrante mais antiga dos
bibliotecários da Knowtec, há sete anos na empresa. Ela queria fazer TI,
mas encontrou na biblioteconomia uma maneira de trabalhar com novas
tecnologias e até no auxílio do desenvolvimento de softwares com
pesquisas.
Novos profissionais enxergam carreira promissora
Guilherme
Pereira, 22 anos, concluiu a graduação em biblioteconomia há duas
semanas. Assim como Camila Meneghetti, ele optou por biblioteconomia
despretensiosamente, por causa do gosto pela leitura. Hoje tem certeza
que escolheu a profissão certa. “Assim que os alunos começam a entender
melhor a profissão acabam gostando mais dela do que quando fizeram a
opção no vestibular além de ver que é possível viver bem
financeiramente”, opinou.
Ele
já trabalhou em bibliotecas, passou por estágios e até gostou das
funções que exerceu, mas não consegue se imaginar sem as plataformas
digitais. Por isso pretende trabalhar com o monitoramento de redes
sociais até conquistar uma vaga em um concurso público. “O suporte
digital só nos ajuda. Muita gente acha que tirou o nosso emprego, mas
foi justamente ao contrário, os profissionais de TI e biblioteconomia se
integram”, afirma.
O CURSO
Informações da biblioteconomia na UFSC
Duração: oito semestres
Vagas: 40 por semestre (80 por ano)
Candidatos/vaga: 1,5 a 1,8 nos últimos três vestibulares
Salário médio do bibliotecário: R$ 2.000 (início de carreira)
(Divulgado por Aline Ferreira – Enviado para “Bibliotecarios” em 23/04/2013)
Artigo disponível em http://www.ofaj.com.br/textos_conteudo.php?cod=452 >
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