segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Gestor do Conhecimento: Qual deve ser o perfil deste profissional na atualidade




Várias serão as atividades desse profissional, que deve ter olhar clínico para saber trabalhar da melhor maneira o conhecimento das pessoas que integram as equipes das empresas.
Em entrevista à Revista Banas Qualidade, André Saito, diretor de Educação da SBGC, explica como deve ser o perfil do gestor do conhecimento para obter os melhores resultados nas empresas.

Entrevista
Tema: Gestor do Conhecimento

1)     Nome completo, formação e atuação.
André Saito, Ph.D. em Ciência do Conhecimento, coordenador acadêmico da FGV e coordenador do curso de gestão estratégica de pessoas do SENAC, é diretor de Educação da SBGC - Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento.
2)     No 10º Congresso Brasileiro de Gestão do Conhecimento, foi discutido o tema “gestores do conhecimento”. Como você poderia definir o perfil ideal deste profissional? Qual deve ser a formação deste gestor?
André Saito - Esse novo profissional deve ser multidisciplinar. A formação acadêmica deverá ser diversificada dependendo do ramo de atividade da empresa contratante, já que o conhecimento tem que estar alinhado às diretrizes dos negócios. As ferramentas para a execução do ciclo do conhecimento são inúmeras, por isso cada empresa adota estratégias diferentes para consolidar essa nova função.
3)     Como o mercado como um todo está se voltando para a função do gestor do conhecimento?
André Saito - Assim como, há 50 anos, o marketing iniciou sua jornada para alavancar os negócios e, hoje, tornou-se uma das áreas imprescindíveis para o bom desempenho das organizações, na Era da Informação, o capital intelectual passa a ser vital para as empresas. Por isso, as empresas já estão atentas para a necessidade desse gestor. Logo mais deverá haver descrições formais para o cargo, que passará a fazer parte do quadro profissional da empresas.
4)     Quais são os principais desafios das empresas para identificar esse profissional?
André Saito - As competências requeridas para a nova profissão são: aprender a moderar equipes multidisciplinares; ser capaz de administrar e liderar junto à alta direção, entender tudo que acontece além do seu  redor; ter convívio direto e pessoal nos pontos quentes, nos quais o conhecimento está acontecendo; ter facilidade de acesso à geração Y; conhecer os processos reais, saber como esses evoluem e porquê; e, principalmente, ter uma visão sistêmica do negócio. Daí, dá para se perceber que o desafio para encontrar o profissional mais correto para cada tipo de negócio é enorme. Podem ser executivos de alta e média administração que atuam em Gestão do Conhecimento, profissionais da área de projetos, áreas a fins  e profissionais que atuam com o conhecimento organizacional.
5)     Como esses profissionais devem ser treinados/formados para que ocupem esta função inovadora?
André Saito – É urgente a preparação de profissionais multidisciplinares para preencherem os cargos de gestores do conhecimento nas instituições. O novo executivo terá como missão capturar, organizar e reter esse conhecimento acumulado pelos indivíduos que fazem parte da organização. Ele deve ser um facilitador da prática de aprender, identificando, promovendo, dando suporte às redes, sugerindo melhorias no processo. Existem vários cursos de pós-graduação em Gestão do Conhecimento em renomadas universidades. A SBGC oferece também diversas oficinas para a preparação desse profissional.
6)     Quais segmentos e tamanhos de empresas que começam a se voltar no investimento dos gestores do conhecimento?
André Saito – Desde micro, pequenas e médias empresas até os gigantes conglomerados multinacionais. Os setores são os mais diversos: empresas da administração pública, governos, além dos poderes Legislativo e Judiciário. Na área privada temos bancos, consultorias, área da  educação, saúde, indústria, tecnologia, engenharia, marketing, comércio e serviços.
7)     Ao definir e formar o profissional para ocupar a função de gestor do conhecimento, de que forma as empresas devem investir para manter a pessoa devidamente atualizada neste segmento?
André Saito – Educação corporativa e inovação são as palavras-chave. Aprendizado contínuo é o que se espera desse profissional, no sentido de abordar questões estratégicas, táticas e operacionais relacionadas à GC. Mapeamento e retenção de conhecimentos, redes sociais, aprendizagem colaborativa, governança e indicadores são alguns dos temas requeridos para o seu treinamento.
8)     Com quais setores é imprescindível o trabalho do gestor do conhecimento para que sua atuação seja efetiva?
André Saito - A implantação dessa gestão  exige a mudança cultural nas empresas. Compartilhar informações, conhecimentos, experiências e opiniões é indispensável para a cultura das empresas que querem seguir sempre em frente, obter os melhores resultados e desenvolver projetos inovadores. A contribuição do gestor do conhecimento para a cultura organizacional implica em criar meios nos quais as pessoas perguntam entre si, tiram dúvidas, pedem conselhos e interagem, por isso deve envolver todas as áreas importantes para gerar conhecimento e maior eficiência nas companhias.
9)     Atualmente, quais são os desafios do gestor do conhecimento?
André Saito -  Inserção da Gestão do Conhecimento no contexto organizacional, a criação de indicadores, governança e gestão de mudanças e principalmente, a geração de valor na Economia do Conhecimento.
10)  Quais são as tendências do mercado para investimento neste tipo de profissional?
André Saito – Setores que estão convivendo atualmente com o envelhecimento de seu quadro profissional são os primeiros a investirem neste tipo de gestor, pois há uma necessidade urgente de reter e compartilhar o conhecimento desses colaboradores dentro da empresa.
Entrevista com André Saito, diretor de Educação da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento - SBGC.

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