Nesta edição os editores convidados são Maria Érica de Oliveira Lima e Sebastião Guilherme Albano Costa e o tema: a Modernidade na América Latina.
Boa leitura.
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Este número da Vivência glosa uma efeméride histórica bastante
propagada em 2010 e 2011. Trata-se de um arco temporal mais ou menos
convencional para recordar os 200 anos de inícios das revoluções de
independência das colônias ibéricas no Novo Mundo, deflagradas,
talvez, pela invasão da Espanha por Napoleão, o que em seguida se
estenderia a Portugal. Nossa intenção neste dossiê é enfeixar textos
que reflitam sobre esse fenômeno direta ou indiretamente, que
tangenciem, por exemplo, o fato de que os eventos históricos ocorridos
na Europa ou em outros países centrais do concerto internacional
sempre reverberaram para além de seus limites territoriais físicos.
Esse dado implica dizer, parafraseando Marx, que a modernidade
sempre foi um projeto expansivo. Admitimos desde logo que a chamada
América Latina é uma espécie de fronteira da Europa, territorialmente
no período das colônias e institucionalmente (dos regimes políticos
aos idiomas dominantes) após as independências. Com efeito, alude-se
em mais de um texto compendiado aqui que a descolonização política
transmutou-se em novas modalidades de dependência, uma vez que o
formato da sociedade moderna foi delineado ao longo dos últimos
cinco séculos e parece haver deslanchado com as grandes navegações
exploradoras e a catequização, empresas consagradas com o encontro
com o mundo ameríndio em 1492, mas que ainda não supôs um
encerramento. No plano das ciências sociais e humanas contemporâneas
adotadas como algumas das epistemes legitimadoras desse arranjo
histórico, as reflexões que se alinham nesta edição da Vivência
afiançam a proliferação do ideário europeu. Como nos concentramos,
sem ensejo restritivo, no denominado campo da comunicação, que é
antes de qualquer coisa um horizonte, termos como espaço público,
cultura popular, mídia etc. mantêm uma regularidade nos estudos
coligidos e conotam a ascensão de um aparato conceitual que dá conta
dos modos de reflexão sobre os fenômenos modernos encubados na
Europa, mas que ascenderam a definidores das relações sociais do
mundo contemporâneo. Dessa maneira, tentamos relativizar tanto a
ideia de uma globalização recente, de cunho econômico apenas, ao
publicar textos que explicitam o caráter transnacional das práticas
sociais advindas com as instituições formadas ao início da era
moderna, como damos conta da amplidão do temário da Comunicação
Social, que abarca discursividades, isto é, sistemas de expressão
com lastro retórico, e ciências aplicadas cujo modo de significação
não obedece a textos, a argumentações etc., e sim a um esquema
anexado às tecnologias. Deve-se salientar que consideramos essas
últimas em uma de suas acepções atuais, técnicas que visam a uma
adaptação aos moldes da indústria da informação, da comunicação, do
conhecimento e do entretenimento. Portanto, este número da Vivência
enseja participar de um esforço de crítica ao logocentrismo remetendo-
se constantemente a ele sob diversos prismas.
Sebastião Guilherme Albano da Costa
Maria Érica de Oliveira Lima
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