terça-feira, 4 de agosto de 2009

Concluída conservação preventiva de obras raras_UFMG

Pesquisadores, estudantes e a comunidade em geral ganharam um importante espaço na biblioteca da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Depois de quase três anos, será oficializado o término do projeto de conservação preventiva do acervo de obras raras da escola. São cerca de 4 mil títulos, que estão catalogados na base de dados do Sistema de Bibliotecas da UFMG e podem ser consultados pela internet por pesquisadores de todo o mundo.
“O acervo contém raridades, tal como uma obra do século 17, escrita em pergaminho (pele de animal). Há todo um valor histórico, que veio sendo preservado e que, por meio do projeto de conservação, com a higienização realizada, vai permanecer por muitos anos, quando não estivermos mais aqui. Para quem gosta de livros, dá até uma emoção”, diz a diretora do Sistema de Bibliotecas da federal, Maria Elizabeth de Oliveira Costa.Ela explica que antes as obras ficavam numa sala climatizada no terceiro andar e, quando requisitadas, eram levadas para o setor de pesquisa. Agora, com o novo espaço, no quarto andar da Biblioteca Universitária, além da armazenagem climatizada, criou-se uma área própria para consulta, com capacidade para receber até 30 pessoas diariamente.O acervo reúne obras dos séculos 16 a 20, muitas das quais reconhecidas como raridades bibliográficas e citadas em bancos especializados de informação. Iniciado em 2006, o projeto custou R$ 332 mil, custeado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e catalogou milhares de livros e documentos raros ou pertencentes às coleções especiais da universidade.Os recursos foram destinados à higienização e catalogação dos livros, com confecção de capas de poliéster que protegem cada uma das obras. Também foi instalado o laboratório de preservação, com mesas de sucção, higienização e umidificação, além da aquisição de estantes deslizantes, para melhor aproveitamento do espaço e instalação de controle de temperatura e umidade.Por meio do projeto, foram restauradas ainda duas obras consideradas únicas no mundo: um álbum que contém a árvore genealógica da família Fonseca, em pergaminho e publicada em 1643; e uma coletânea de 132 cartas e documentos manuscritos, com datas de 1700 a 1900, assinados por personalidades, entre elas dom João VI, dom Pedro I, José Bonifácio de Andrada, e os inconfidentes Thomas Antonio Gonzaga, Alvarenga Peixoto, Tiradentes e Claudio Manoel da Costa. A restauração das obras foi realizada no Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis (Cecor) da Escola de Belas Artes da própria instituição.Maria Elizabeth explica que ainda há o desafio de realizar o mesmo processo com outras 1 mil obras, que não foram contempladas no projeto do BNDES. Dessas, aquelas que tiverem maior procura para pesquisa, podem até ser digitalizadas no futuro, para que sejam conservadas e se possa ter acesso ao conteúdo pela internet. “Por enquanto é só uma proposta, que vai depender de recursos financeiros, que ainda nem temos noção de onde podem vir”, explica a diretora. A consulta dos títulos que estão catalogados pode ser feita pelo endereço: http://www.bu.ufmg.br/.

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