Simpósio começa no próximo domingo e segue até o dia 17. Boa parte da programação será no Campus Benfica da UFCOito mil participantes, 3.500 trabalhos vindos dos 59 programas de pós-graduação em História do Brasil apresentados em 85 simpósios temáticos, 600 trabalhos de iniciação científica, 33 estandes a receber 86 editoras de todo o País, lançamento de aproximadamente 200 títulos. Os números representam apenas parte do que promete ser o XXV Simpósio Nacional de História, o maior e mais importante evento da área no Brasil, de 12 a 17 de julho, em Fortaleza. É a primeira vez que a Capital recebe uma edição do simpósio, por meio da Universidade Federal do Ceará (UFC).Desde 1979, quando sediou a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a UFC não realizava um evento de tão grande porte. Com os objetivos fundamentais de difusão da produção acadêmica, promoção do debate e estímulo ao conhecimento, o simpósio traz para o centro das discussões de professores, pesquisadores e estudantes o tema “História e Ética”. Quem, por algum motivo, não teve a oportunidade de se inscrever durante o período oficial, que se encerrou em maio passado, pode participar de outras formas. “A idéia é envolver diversos públicos”, resume uma das maiores entusiastas do evento na Capital, a professora Adelaide Gonçalves.Conferências na Concha Acústica da UFC, exposições, feira de livros com promoções e descontos e exibição de filmes em cinemas são algumas das possibilidades. Organizado pela Associação Nacional de História (Anpuh), o evento, por exemplo, vai contar com o momento “Anpuh na cidade”, com uma vasta programação formada por exposições e mostras de teatro, música e cinema em equipamentos como o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e o Mercado dos Pinhões. Haverá exibição gratuita de filmes de temática regional no Cine Benfica e na Casa Amarela Eusélio Oliveira.Nos fins de tarde, os interessados não vão perder o Café com História Senac, montado no estacionamento da Faculdade de Arquitetura, com lançamento de livros. No mesmo local, uma feira de artesanato deve oferecer o melhor do artesanato regional. Até uma exposição de orquídeas é programada para os jardins da reitoria, dando ainda mais pluralidade ao evento. Por falar nisso, os temas a serem abordados no simpósio são os mais variados: escravidão, religião, cultura visual, educação, relações de gênero, música, teatro, cinema, ciência, saúde, meio ambiente, imigrações, colonização, imprensa, trabalho, fronteiras, identidade, indígenas, insurreições, políticas públicas e crime, só para citar alguns.A solidariedade também deve marcar presença no simpósio, por meio do Mutirão Nacional do Livro e da Literatura. Os oito mil inscritos são convidados a doarem um livro, cada. As doações prometem enriquecer os acervos de bibliotecas públicas de Fortaleza. Ainda nessa linha, todos os professores de História da rede pública municipal foram inscritos sem nenhum ônus para eles e há uma lista com nomes de docentes das escolas estaduais previamente selecionados e também beneficiados com a inscrição gratuita.A iniciativa é resultado de uma parceria entre a Anpuh e as secretarias Municipal e Estadual de Educação.EstruturaO simpósio vai ser realizado no campus Benfica da UFC. A Praça das Artes, dos Livros e da Literatura (no estacionamento da Faculdade de Arquitetura) deve abrigar os estandes da feira de livros, além de exposições de artesanato. A área dois — que é onde funcionam os cursos de Comunicação Social, História, Biblioteconomia e Psicologia — vai abrigar uma praça de alimentação. A área um — o Bosque das Letras — vai receber a Tenda da História, com a exposição dos 600 trabalhos de iniciação científica.Boa parte das conferências estão programadas para acontecer na Concha Acústica. “Não só a UFC, mas todos devem se sentir protagonistas desta importante página da história que devemos escrever aqui”, avalia o vice-reitor da instituição, Henry Campos. FIQUE POR DENTROManoel Salgado ministra palestra de aberturaSão esperados grandes nomes da pesquisa em História em termos de Brasil e de mundo. A conferência de abertura, no Theatro José de Alencar, vai ser proferida pelo professor doutor Manoel Salgado, presidente nacional da Anpuh e docente da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que vai tratar do tema do simpósio, ´História e Ética´. Entre os nomes internacionais, apresentam-se o historiador italiano Alessandro Portelli, referência em História Oral.O QUE ELES PENSAMOportunidade para diversas discussõesEm termos de História e de associação nacional, a gente vai ter de se repensar enquanto historiadores, associação, cidadãos etc. A gente acredita que este evento não pode mais ser desenvolvido no formato que ele tem. Hoje, esse formato é muito sacrificante para a escola, para o Estado, tendo em vista a necessidade de um grande aporte de recursos. A gente tem de desenvolver uma forma de incluir nessa questão o governo, buscar mais apoio. Altemar MunizPresidente da Anpuh-CEQuero destacar a importância do simpósio em termos de ampliação do debate, melhoria das condições de trabalho para professores e pesquisadores, maior aporte de recursos no campo da pesquisa na área de Ciências Humanas e estímulo para que jovens estudantes possam, portanto, se iniciar na pesquisa. Que os estudos históricos no Ceará possam ampliar as suas possibilidades, que a nossa educação pública adquira maior qualidade . Adelaide GonçalvesVice-presidente da AnpuhPelo que tenho experimentado nestes dias que antecedem ao evento, nossas expectativas são as melhores possíveis. Todos os profissionais direta e indiretamente envolvidos nesse trabalho de preparação e organização do simpósio estão bastante sincronizados e entusiasmados. A gente espera ter uma semana muito proveitosa e enriquecedora do ponto de vista acadêmico, tendo em vista a quantidade expressiva de trabalhos que devem ser apresentados.
Manoel SalgadoPresidente da Anpuh
Fonte: http://diariodonord este.globo. com/materia. asp?codigo= 652825
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