sexta-feira, 17 de julho de 2009

O exterminador de estoques

O modelo de "book on demand" cresce no mundo, permitindo a impressão de livros por unidade. E o pioneiro do setor pode comandar esse negócio na Amazon
O empresário americano Kirby Best é uma estrela em ascensão no mundo digital. Nem por isso, no entanto, seria capaz de destruir livros impressos no sistema tradicional, como sugere a foto desta página. Best ganhou fama e dinheiro com uma tecnologia que promete revolucionar o mercado editorial. Em vez de exterminar livros, ele aniquila estoques nas livrarias, fazendo algo que há dez anos era impensável: imprimir apenas um livro para atender à demanda de um consumidor.
Hoje, o sistema "book on demand" tem crescido nos EUA, graças principalmente à empresa, a Lightning Source, criada por Best em 1997 e com 50 milhões de livros impressos ao ano. A companhia ganhou musculatura fornecendo para a gigante Amazon.com e cresce entre 15% e 20% ao ano.
Best, que atua no ramo desde os anos 80, comandou a companhia de 2002 a 2008 e rumores indicando que ele pode estar perto de voltar ao mercado editorial. Agora, à frente de uma unidade de negócios da Amazon focada em impressão digital. Sobre a hipótese, porém, ele desconversa. "Ainda não fui convidado", disse à DINHEIRO.
Até hoje, a desequilibrada relação entre qualidade da impressão e custos de produção impedia um maior avanço desse segmento. Era caro imprimir no sistema. Mas recentes evoluções na tecnologia digital têm rapidamente mudado esse cenário. "Com algumas impressoras prestes a ser lançadas, essa situação realmente será coisa do passado", afirma Best. "Se levarmos em conta o custo de estoque, distribuição, encalhe e recolhimento de encalhe, o gasto total com um volume impresso digitalmente é bem menor do que o impresso em off-set", afirma.
Outra vantagem desse tipo de impressão é o fim da lista de títulos fora de catálogo. "Com a impressão digital, é possível ressuscitar essas obras", diz Best. Livrarias como a Cultura já mostram interesse nesse tipo de serviço. "Hoje há muito livro esgotado que valeria manter na livraria, embora não seja viável rodar dois mil exemplares.
A impressão digital tira da editora a responsabilidade de uma tiragem grande", diz Pedro Herz, diretor da Livraria Cultura. Para Best, além de permitir que as editoras continuem faturando com títulos de outros tempos, a impressão digital representa o resgate de um tesouro cultural, muitas vezes perdido no passado.
Fonte: http://www.terra. com.br/istoedinh eiro/edicoes/ 607/artigo139350 -1.htm

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