BIBLIOFILIA _ Amor aos livros

Caderno 3

Livros raros do acervo do bibliófilo José Augusto Bezerra, presidente da ABBi (Foto: Gustavo Pellizzon)

Primeiro volume da revista ´Scriptorium´, editada pela Associação Brasileira de Bibliófilos, reúne amantes da leituraLoucura mansa. É assim que o bibliófilo José Mindlin define o tipo de amor que nutre pelos livros. É esse também o sentimento que perpassa os textos reunidos no número de estréia de "Scriptorium" , revista recém-lançada pela Associação Brasileira de Bibliófilos (ABBi). A publicação, que terá periodicidade anual, marca os 25 anos da associação, que hoje conta com 120 membros, e é a mais antiga entidade do gênero em atividade no País."Como a ABBi cresceu muito, se tornando uma associação de nível internacional, precisávamos de um veículo de comunicação que atendesse nossas necessidades. Por isso, ela é voltada para o aprimoramento dos membros sobre a questão do livro e dos fatores inerentes a ele, tais como a conservação, uma correta valorização na época da compra e da venda, a história do livro e de várias obras importantes, dentre outras informações práticas para a formação de um bom acervo", apresenta o bibliófilo cearense José Augusto Bezerra, presidente da associação."A revista é basicamente um espaço para divulgar a bibliofilia, inclusive no sentido de despertar o amor ao livro, o colecionismo, a formação de bibliotecas e de leitores. É espaço que para pessoas, da Associação ou não, escrevam sobre o livro e a bibliofilia. Como não havia nenhum periódico dedicado exclusivamente à bibliofilia, estamos buscando preenchê-lo com a `Scriptorium' ", explica o bibliófilo, escritor e ex-governador Lúcio Alcântara, diretor de publicações da ABBi.

Bibliofilia x bibliomania

Na apresentação de "Scriptorium" , Lúcio Alcântara procura afastar a imagem caricata que se tem do bibliófilo, buscando um novo conceito que "atualiza e rejuvenesce a prática". "Essa imagem que se faz é de uma pessoa até meio egoísta, que trancafia as obras. O texto parte de uma idéia de arejar a bibliofilia, como uma coisa mais moderna, mais contemporânea. Há pessoas que chamamos mais de blibliomanos, que colecionam livros como ativos econômicos, sem amar a leitura. Não é dessas pessoas que estamos falando na revista. Para ser um bibliófilo autêntico é imprescindível ser, antes disso, um leitor", detalha.

REVISTA141

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ABBIScriptorium: vol.1

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Fonte: Diário do Nordeste, Caderno 3, 30/07/2009